Você já deve ter ouvido falar em Dogmas. Muita gente ouve, mas não se interessa em saber o que é, por que existem, enfim: não procuram conhecer melhor a religião cristã católica. E terminam sem saber, inclusive, a base que nos leva a dizer que Maria é Mãe de Deus, que é Virgem, Imaculada e que subiu assunta ao Céu. São Dogmas, Verdades de Fé. Para ajudar no entendimento e também para que os Dogmas sejam mais conhecidos, tendo em vista que fazem parte da nossa realidade cristã, resolvemos escrever o texto que segue.
Padre José Roberto
Seminarista Mateus
O QUE SÃO DOGMAS?
A Igreja possui uma série de verdades de fé, conhecidas como Dogmas, em que os católicos devem crer e professar. Dentro da rica Doutrina Católica, os Dogmas têm uma especial centralidade por se tratarem de Verdades de Fé inquestionáveis. Assim, não se poderia deixar de lado a figura da Virgem Maria, que por determinação Divina teve a graça de portar, em seu ventre, a Salvação do Mundo, o Filho de Deus, Jesus Cristo. E a Igreja Católica reconhece a grande importância da figura da Virgem Maria na redenção humana, devido à sublime participação de Maria nos planos divinos. Por isto, a Igreja afirmou, dentro de sua história, algumas Verdades sobre Maria, que foram formalizadas em uma doutrina universal e aceita por toda cristandade. Assim, a Igreja proclamou quatro Dogmas relacionados a Mãe de Deus. Acompanhe, conosco:
Maria Mãe de Deus
Maria é verdadeiramente Mãe do Deus encarnado, Jesus Cristo. Já nos primeiros três séculos, os Padres da Igreja utilizaram as definições Mater Dei (em latim) ou Theotókos (em grego), que significam Mãe de Deus, tais como Inácio de Antioquia (107), Orígenes (254), Santo Atanásio (330) e São João Crisóstomo (400).
Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso, em 431. "Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que é Jesus. Assim, Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas as outras. É uma verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso afirmar que Jesus é verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é Mãe de Deus",
Perpétua Virgindade de Maria
A Igreja ensina que Maria é virgem antes, durante e depois do parto. É o Dogma Mariano mais antigo das Igrejas Católica Romana e Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem" (CIC, 499). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555, embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de São Justino Mártir e Orígenes. "É uma crença que se baseia e na Sagrada Escritura defende que Maria concebeu Jesus virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da vida".
Imaculada Conceição de Maria
A Igreja defende que a concepção de Maria foi realizada sem qualquer mancha do pecado original no ventre da sua mãe. Dessa forma, ela foi preservada por Deus do pecado desde o primeiro momento da sua existência, como apontam as palavras do Anjo Gabriel – "Cheia de Graça". Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio IX na Constituição Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854.
A festa da Imaculada Conceição de Maria é celebrada em 8 de Dezembro, definida inicialmente em 1476 pelo Papa Sixto IV. Também neste caso, muitos escritos dos Padres da Igreja já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre do pecado para gerar o Filho de Deus.
Este ano de 2014, o Dogma da Imaculada Conceição completa 160 anos.
Assunção de Maria
Indica que a Virgem Maria, ao fim de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória dos céus. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio XII na Constituição Munificentissimus Deus, em 1º de novembro de 1950.
"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu",proclama o Papa Pio XII. "É uma verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia uma celebração da então chamada Dormição de Maria".